MACONHA PARTE FINALMemória, aprendizagem e inteligênciaPesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia em San Diego não conseguiram demonstrar efeitos neurológicos substanciais e sistêmicos em relação ao uso recreativo de longo prazo de cannabis. Seus resultados foram publicados na edição de julho de 2003 do Journal of the International Neuropsychological Society. A equipe de pesquisa, liderada pelo Dr. Igor Grant, descobriu que o uso de cannabis afetou a percepção, mas não causou qualquer dano cerebral permanente. Os pesquisadores analisaram dados de 15 estudos controlados e publicados anteriormente, envolvendo 704 usuários crônicos de cannabis e 484 pessoas que não usavam a droga. Os resultados mostraram que o consumo decannabis a longo prazo foi apenas marginalmente lesivo à memória e à aprendizagem. Outras funções, como o tempo de reação, atenção, linguagem, capacidade de raciocínio, percepção e habilidades motoras não foram afetados. Os efeitos observados sobre a memória e a aprendizagem, segundo eles, mostram que o uso de cannabis a longo prazo causa "defeitos seletivos de memória", mas que o impacto foi "de uma magnitude muito pequena". |
Controle da obesidadeDe acordo com um estudo de 2011 publicado no American Journal of Epidemiology, a ocorrência de obesidade em usuários de cannabis é menor do que a ocorrência em pessoas que não a utilizam. Os autores do estudo analisaram dados de dois estudos epidemiológicos representativos de cidadãos norte-americanos com 18 anos de idade ou mais. As taxas de obesidade em pessoas que não usaram cannabis eram entre 22% e 25,3%. Os participantes do estudo que fumaram cannabis pelo menos três vezes por semana tinham taxas de obesidade entre 14,3% e 17,2%. A associação entre o consumo de cannabis e o menor risco de obesidade permaneceu forte depois que fatores como tabagismo, idade e sexo, o que poderia ter algum impacto sobre a obesidade, foram considerados. A cannabis é uma droga conhecida por induzir a fome, no entanto sabe-se que dois tipos de canabinoides ? o THCV e o canabidiol ? têm um efeito supressor do apetite. Em testes com animais, a droga também teve impacto sobre o nível de gordura no corpo, bem como a sua resposta à insulina. Compostos de cannabis demonstraram aumentar o metabolismo de ratos, conduzindo a baixos níveis de gordura no fígado e na diminuição do colesterol. Testes em humanos estão sendo realizados para encontrar uma droga que auxilie no tratamento de doenças relacionadas à obesidade. |
Função pulmonarUm estudo de 2012, publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA) e financiado pelos Institutos Nacionais da Saúde, observou uma população de mais de cinco mil homens e mulheres norte-americanos para testar se a cannabis fumada tem efeitos sobre o sistema respiratório semelhantes aos causados pelo tabaco. Os pesquisadores descobriram que "o uso ocasional, cumulativo e baixo da cannabis não foi associado a efeitos adversos na função pulmonar." Fumar em média um baseado por dia, durante sete anos, não piorou a saúde pulmonar, de acordo com o estudo. Dr. Donald Tashkin comentou o estudo dizendo que ele confirmou os resultados de vários outros estudos mostrando "que, essencialmente, não existe uma relação significativa entre a exposição à cannabis e o comprometimento da função pulmonar." Ele observou que apesar de conter compostos nocivos semelhantes, a razão para a fumaça de cannabis não ser tão prejudicial quanto a do tabaco pode ser devido aos efeitos anti-inflamatórios do THC. "Nós não sabemos ao certo, mas uma possibilidade muito razoável é que o THC realmente interfira no desenvolvimento de doença pulmonar obstrutiva crônica", afirmou Tashkin. Em sua própria pesquisa, Tashkin inesperadamente descobriu que fumar até três baseados por dia parece não afetar a função pulmonar. "Eu acho que a conclusão é que fumar cannabis parece não ter qualquer impacto negativo sobre a função pulmonar", afirmou o pesquisador. |
Expectativa de vidaDevido ao baixo número de estudos realizados sobre a cannabis, não há evidências suficientes para chegar a uma conclusão sobre o efeito dacannabis no risco geral de morte ou de vida da população Não existem provas de que a cannabis tenha causado mortes, mas uma associação está atualmente sendo pesquisada. Há relatos médicos de infarto, acidente vascular cerebral ocasional e outros efeitos colaterais cardiovasculares. Efeitos cardiovasculares da cannabis não estão associados a graves problemas de saúde para os usuários mais jovens e saudáveis. De acordo com um relatório de 2006, elaborado pelo governo do Reino Unido, o uso de cannabis é muito menos perigoso do que o uso de tabaco, medicamentos e álcool no que diz respeito a danos sociais, danos físicos e dependência psicológica. O Dr. Lester Grinspoon, da Universidade Harvard, afirmou em um editorial do jornal Los Angeles Times que a "erva de cannabis é extremamente não tóxica". Dr. Stephen Ross, professor de psiquiatria infantil em dependência do Hospital Tish da Universidade de Nova Iorque, explica relatos de algumas mortes relacionadas com a cannabis: "mortes associadas à droga são o resultado das atividades realizadas durante o efeito da droga, tais como dirigir sob a sua influência." O Substance Abuse and Mental Health Services Administration, dos Estados Unidos, declarou no seu relatório de julho de 2001, a partir de dados do sistema Drug Abuse Warning, que: "...a cannabis raramente é a única droga envolvida em um caso de morte por abuso de drogas." O THC, o principal constituinte psicoativo da planta cannabis, tem uma toxicidade extremamente baixa. Um estudo de 1998 publicado no The Lancetrelata: "Não há casos publicados e confirmados em todo o mundo de mortes humanas a partir de envenenamento de cannabis e a dose de THC necessária para produzir 50% de mortalidade registrada em roedores é extremamente elevada em comparação com outras drogas vulgarmente utilizadas." Dr. Paul Hornby, pesquisador de cannabis, disse que "você tem que fumar algo como 15.000 baseados em 20 minutos para obter uma quantidade tóxica de ?9-tetraidrocanabinol". As mortes registradas decorrentes de overdose de cannabis em animais são geralmente somente após a injeção intravenosa de óleo de haxixe. As avaliações de segurança e tolerabilidade do Sativex, um preparado farmacológico feito de canabinoides, concluíram que ele é realmente bem tolerado e útil. Muitos estudos analisaram os efeitos de fumar cannabis no sistema respiratório. O fumo da cannabis contém milhares de compostos químicos orgânicos e inorgânicos. Esses resíduos são quimicamente semelhantes aos encontrados na fumaça do tabaco ou de cigarros.140 Mais de cinquenta agentes cancerígenos conhecidos foram identificados na fumaça de cannabis. Estes incluem nitrosaminas, aldeídos reativos e hidrocarbonetos policíclicos, incluindo o benzo(a)pireno A fumaça da cannabis foi listada como um agente cancerígeno na Califórnia, em 2009. Em 2012, um relatório da British Lung Foundation identificou a fumaça da cannabis como uma substância cancerígena e também descobriu que a consciência sobre esse perigo era baixa em comparação com a alta consciência dos perigos do tabaco, especialmente entre os usuários mais jovens. Outras observações incluem o aumento do risco devido ao fato de que muitos usuários seguram a fumaça por mais tempo dentro dos pulmões. A falta de pesquisas sobre o efeito da fumaça produzida apenas pela cannabis ocorre devido à mistura decannabis ao tabaco e ao frequente uso do tabaco comum por usuários de cannabis, à baixa taxa de dependência em relação ao tabaco e à natureza episódica do consumo de cannabisem comparação ao tabagismo. Esse estudo foi criticado pelo psiquiatra britânico David Nutt, que também é professor de neuropsicofarmacologia do Imperial College London. Em contraste com o relatório British Lung Foundation, um grande estudo de 2006 não descobriu qualquer ligação entre o uso de cannabis e o câncer de pulmão, mesmo entre fumantes crônicos, quando ajustado a vários "fatores de confusão", como o tabagismo e o uso de álcool. |
Variedades e linhagensDe acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, na sigla em inglês), a quantidade de tetraidrocanabinol (THC) presente em uma amostra de canábis é geralmente utilizada como medida de potência desta cannabis. Os três principais tipos de produtos derivados da cannabis são a erva, a resina (haxixe) e o óleo (óleo de haxixe). O UNODC afirma que a cannabis normalmente contém 5 por cento de seu conteúdo composto por THC, enquanto a resina pode conter até 20% de conteúdo, e o óleo de haxixe cerca de 60%. Um estudo publicado em 2000 no Journal of Forensic Sciences concluiu que a potência da cannabis confiscada nos Estados Unidos passou de "cerca de 3,3% em 1983 e 1984" para "4,47% em 1997." Concluiu igualmente que "outros grandes canabinoides [o canabidiol (CBD), o canabinol (CBN) e o canabicromeno (CBC)] não mostraram qualquer mudança significativa na sua concentração ao longo dos anos." O Centro Nacional de Informação e Prevenção da Canábis da Austrália afirma que os 'brotos' da cannabis de sexo feminino contêm a concentração mais alta de THC, seguido pelas folhas. Os caules e as sementes têm "níveis muito mais baixos". A ONU afirma que as folhas podem conter dez vezes menos THC do que os brotos, e os caules cem vezes menos THC. Após revisões na classificação da cannabis no Reino Unido, o governo alterou a planta para uma droga da classe C para uma de classe B. A razão disso foi o aparecimento de variedades de cannabis de alta potência. O governo contabiliza que entre 70 e 80% das amostras apreendidas pela polícia é de skunk (apesar do fato de que o skunk pode às vezes ser confundido incorretamente com todos os tipos de cannabis herbácea). Extratos como o haxixe e o óleo de haxixe normalmente contêm mais THC do que as flores de cannabis de alta potência. Apesar de críticos apontarem que cannabis de "alta potência" poderia representar um risco para a saúde, outros observaram que os usuários desse tipo de droga facilmente aprendiam a compensar os efeitos nocivos reduzindo suas doses, beneficiando-se da redução dos efeitos colaterais de fumar, como o choque térmico ou o monóxido de carbono. Vários laboratórios analíticos que fornecem a indústria da cannabis medicinal na costa oeste dos Estados Unidos avaliaram os níveis de THC na cannabis vendida. Os níveis típicos variam entre 16 e 17%, enquanto as amostras de cannabis com menos de 10% de THC são raras. Atualmente os limites máximos de THC para folhas de cannabis cultivadas na Califórnia são de 23/25%. |
Diferença entre Cannabis indica e Cannabis sativaA Cannabis indica pode ter uma relação CBD/THC de 4 a 5 vezes maior que a Cannabis sativa. As cepas de cannabis com índices de CBD/THC relativamente altos são menos propensas a induzir à ansiedade, do que ao contrário. Isto pode acontecer devido a efeitos antagonistas do CBD nos receptores de canabinoides, em comparação ao efeito do THC agonista parcial. O CBD também é um agonista do receptor 5-HT1A, o que também pode contribuir para um possível efeito ansiolítico Isto provavelmente significa que as altas concentrações de CBD encontrados na Cannabis indica uma significativa mitigação do efeito ansiogênico do THC. Os efeitos da sativa são bastante conhecidos por serem estimulantes, portanto essa variante é mais utilizada durante o dia como medicamento, enquanto os efeitos da indica são conhecidos por seus resultados sedativos e, portanto, ela é utilizada preferencialmente durante a noite para tratamentos medicinais. Produção e cultivoAgricultores e criadores de cannabis herbácea frequentemente afirmam que os avanços na produção e nas técnicas de cultivo aumentaram a potência dos efeitos da planta desde os anos 1960 e início dos anos 1970, quando o THC foi descoberto e compreendido. No entanto, variedades potentes de cannabis sem sementes, tais como a "Thai stick", já estavam disponíveis nessa época. A Sinsemilla (espanhol para "sem semente") são as secas sem caroço, inflorescências de plantas fêmeas de cannabis. Como a produção de THC cai depois que a polinização ocorre, as plantas masculinas (que produzem pouco THC) são eliminadas antes de lançar opólen, justamente para impedir o processo de polinização. Técnicas de cultivo avançadas, como a hidroponia, a clonagem e a iluminação artificial de alta intensidade são métodos frequentemente empregados em resposta (em parte) aos esforços de aplicação da proibição legal, que torna o cultivo ao ar livre mais arriscado. É frequentemente citado que os níveis médios de THC na cannabis vendida nos Estados Unidos aumentaram drasticamente entre os anos 1970 e 2000, mas tais declarações são provavelmente distorcidas por causa do peso excessivo dado a amostras muito mais caras e potentes, mas menos frequentes. O nível médio de THC em coffeeshops nos Países Baixos é de 18 a 19%, mas novas regras adotadas pelo governo do pais em 2011 obrigam que o teor de THC na cannabis vendida nos cafés tenha um teto de 15%, indicando que as amostras de cannabis com mais de 15% de THC serão reclassificadas como uma droga pesada. Essas novas regras entraram em vigor em 2012. PreçoO preço ou o valor de mercado da cannabis varia de acordo com a área geográfica e com a potência da droga. Nos Estados Unidos, a cannabis é a quarta maior cultura agrícola do país e a primeira (ou segunda) em muitos estados, como Califórnia, Nova York e Flórida, onde a planta é comercializada com um valor médio de 3 000 dólares por libra (equivalente a aproximadamente 0,45 quilograma). O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime afirmou no Relatório Mundial sobre Drogas de 2008 que os preços típicos de varejo da droga nos Estados Unidos variam entre dez e quinze dólares por grama. Na América do Norte como um todo, o valor de mercado da cannabis' varia entre 150 a 400 dólares por onça(equivalente a aproximadamente 28 gramas), dependendo da qualidade. Estima-se que o cultivo e o comércio de cannabis movimentem um mercado de 36 bilhões de dólares, sendo que a maior parte do dinheiro não é gasto no cultivo ou na produção, mas no contrabando e no fornecimento para os compradores. Os relatórios do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência mostram que os preços típicos de varejo na Europapara a cannabis variam de dois a quatorze euros por grama, sendo que na maioria dos países europeus a mesma quantidade da planta é comercializada com valor entre quatro e dez euros. |
AdulteraçõesÉ menos comum a presença de adulterantes na cannabis do que em outras drogas. Giz (nos Países Baixos) e partículas de vidro (no Reino Unido) têm sido utilizados para fazer o produto parecer de melhor qualidade. O uso de chumbo para aumentar o peso dos produtos de haxixe na Alemanha provocou intoxicações com chumbo em pelo menos 29 usuários. Nos Países Baixos, foram encontrados dois similares químicos do Sildenafil (Viagra) em cannabis adulterada. De acordo com os sites "Talk to FRANK" e UKCIA, o Soap Bar, "talvez o tipo mais comum de haxixe no Reino Unido", foi analisado e nele encontrado "na pior das hipóteses" terebintina,tranquilizantes, betume, henna e fezes de animais, entre várias outras coisas. Um pequeno estudo de cinco amostras de Soap Bar apreendidas pela Alfândega do Reino Unido, em 2001, detectou uma enorme adulteração por muitas substâncias tóxicas, incluindo o petróleo, cola de motor e fezes de animais. ConsumoMétodosA cannabis pode ser consumida de diferentes maneiras:
|
Mecanismo de açãoA elevada solubilidade lipídica dos canabinoides resulta na sua persistência no corpo por longos períodos de tempo. Mesmo depois de uma única administração de THC, níveis detectáveis ??dessa substância podem ser encontrados no corpo por uma semana (ou mais, dependendo da quantidade administrada e a sensibilidade do método de avaliação). Pesquisadores sugerem que este é um fator importante no efeito dacannabis, talvez porque os canabinoides podem acumular-se no corpo, especialmente nas membranas lipídicas dos neurônios. Até o final do século XX, os mecanismos de ação específicos do THC no nível neuronal não foram estudados. Os pesquisadores confirmaram posteriormente que o THC exerce os seus efeitos mais proeminentes através da ação em dois tipos de receptores canabinoides ? receptor CB1 ereceptor CB2 ? os quais são receptores acoplados à proteína G. O CB1 é encontrado principalmente no cérebro, assim como em alguns tecidos periféricos, enquanto o receptor CB2 é encontrado principalmente em tecidos periféricos, mas também é observado em células neurogliais O THC parece alterar o humor e a cognição através das suas ações sobre as agonistas de receptores CB1, que inibem um sistema mensageiro secundário (adenilato ciclase) de um modo dependente da dose administrada. Estas ações podem ser bloqueadas pelo antagonista seletivo do receptor CB1, o SR141716A (rimonabanto), que tem sido demonstrado em ensaios clínicos como sendo um tratamento eficaz contra o tabagismo, perda de peso e como um meio de controlar ou reduzir os fatores de risco da síndrome metabólica No entanto, devido ao efeito disfórico de antagonistas CB1, esta droga é muitas vezes interrompida devido a estes efeitos colaterais. Através da ativação do CB1, o THC indiretamente aumenta a liberação de dopamina e produz efeitos psicotrópicos. O canabidiol também atua como um modulador alostérico dos receptores opioides mu e delta.193 O THC também potencia os efeitos dos receptores de glicina. |
Detecção de consumoO THC e seu principal metabolito (inativo), o THC-COOH, pode ser medido no sangue, urina, cabelo, fluido oral ou no suor usando técnicas cromatográficas como parte de um programa de testes de uso de drogas ou de uma investigação forense de narcotráfico ou outro tipo de crime. As concentrações obtidas nessas análises, muitas vezes, podem ser úteis em distinguir o uso ativo da exposição passiva, o tempo decorrido desde o uso e a extensão ou duração do uso. Estes resultados não podem, no entanto, distinguir se é cannabis autorizada para fins médicos ou não autorizada, para fins recreativos. Imunoensaios comerciais de canabinoides, muitas vezes empregados como método de triagem inicial quando o teste de amostras fisiológicas para a presença de cannabis, têm diferentes graus de reatividade cruzada com o THC e com os seus metabolitos. A urina contém predominantemente THC-COOH, enquanto o cabelo, fluido oral e suor contêm principalmente THC. O sangue pode conter ambas as substâncias, com as quantidades relativas dependentes da recenticidade e da medida de utilização. O teste Duquenois Levine é comumente utilizado como teste de triagem, mas não pode confirmar definitivamente a presença de cannabis, já que uma grande variedade de substâncias pode resultar em falsos positivos. Em 2011, pesquisadores da Faculdade John Jay de Justiça Criminal informaram que os suplementos de zinco na dieta podem mascarar a presença de THC e de outras drogas na urina. Reivindicações similares foram feitas em fóruns na web sobre o assunto. |
LegalidadeDesde o início do século XX, a maioria dos países promulgaram leis contra o cultivo, a posse ou a transferência decannabis. Estas leis impactaram negativamente o cultivo da planta de cannabis para fins não recreativos, mas há muitas regiões onde, em certas circunstâncias, a manipulação da planta é legal ou licenciada. Muitos países têm diminuído as penas para o porte de pequenas quantidades de cannabis, para que ele seja punido pela apreensão e multa, em vez de prisão, concentrando-se mais sobre aqueles que traficam a droga no mercado negro. Em algumas áreas onde o uso da cannabis tem sido historicamente tolerado, algumas novas restrições foram postas em prática, tais como o fechamento de cafés de cannabis perto de escolas secundárias e das fronteiras dos Países Baixos. Algumas jurisdições usam programas gratuitos e voluntários de tratamento de voluntários e/ou programas de tratamento obrigatório para usuários frequentes conhecidos. A simples posse pode levar a longas penas de prisão em alguns países, como Tailândia, Singapura e China, onde a venda de cannabis pode levar a penas de prisão perpétuaou mesmo de execução. Mais recentemente, porém, surgiram muitos partidos políticos, organizações sem fins lucrativos e movimentos sociais que buscam a legalização da cannabis medicinal e/ou a legalização total da planta (com algumas restrições). Em 6 de dezembro de 2012, o estado de Washington, nos Estados Unidos, se tornou o primeiro estado norte-americano a legalizar a cannabisoficialmente em uma lei estadual (mas ainda ilegal por lei federal). O estado do Colorado também aprovou uma legislação semelhante logo depois. Em 1 de janeiro de 2013, um "clube" privado para fumar cannabis (no entanto, sem compra ou venda) foi autorizado pela primeira vez no Colorado.208 Um ano depois, em 1 de janeiro de 2014, o estado tornou-se o primeiro lugar do mundo a vender cannabis diretamente aos consumidores em estabelecimentos legais dedicados apenas a este comércio. No entanto, a Suprema Corte da Califórnia decidiu, em maio de 2013, que governos locais podem proibir dispensários de cannabis medicinal, apesar de uma lei do estado permitir o uso de cannabis para fins medicinais. Pelo menos 180 cidades em toda a Califórnia e da área da baía de São Francisco aprovaram proibições nos últimos anos. |
UruguaiEm julho de 2012, o governo do presidente José Mujica anunciou planos de venda de cannabis controlada pelo Estado, de maneira a combater os crimes do tráfico de droga e por questões de saúde. O governo declarou que pediria aos líderes globais que fizessem o mesmo. A revista TIMEpublicou um artigo considerando que a proposta uruguaia de legalizar a venda, fazendo do governo seu único vendedor, refletia a urgente necessidade mundial de encontrar novas e pacíficas soluções para a guerra contra as drogas. O vencedor do Prêmio Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa considerou a decisão "corajosa". Outras publicações políticas expressaram sua admiração pelo passo dado pelo presidente Mujica. O plano de Mujica consistia em permitir o cultivo particular não comercial da planta e garantir licenças para fazendeiros profissionais a produzirem em larga escala. O plano incluía um sistema de registro do usuário, com o pagamento de uma taxa, e um controle de qualidade, tudo coordenado por um departamento do governo que monitora os setores de álcool, tabacoe medicamentos. Com um mercado consumidor mensal de cerca de 70 mil pessoas no país, o governo acreditava que o país deveria produzir mais de 2 mil quilos da planta a cada mês. Mujica também declarou: "o Uruguai quer fazer uma contribuição à Humanidade legalizando a marijuana mas voltará atrás se a "experiência não der certo." Em 31 de julho de 2013, a Câmara de Representantes, a câmara baixa da Assembleia Geral do Uruguai, aprovou um projeto de lei para legalizar e regular a produção e venda decannabis e enviou-o ao Senado. O projeto foi aprovado por 50 votos, o mínimo requerido de um total de 99 deputados, com todos os deputados do partido do governo, a Frente Ampla, votando a favor e os deputados da oposição votando contra. O projeto foi enviado à Comissão de Saúde do Senado, onde foi novamente aprovado e dali para a votação integral do Senado uruguaio. Em 10 de dezembro de 2013, o cultivo, produção e venda da cannabis foi aprovado pelo Senado por 16-13, tornando o país pioneiro mundial na legalização da droga. |
Restrição a pesquisasPesquisas científicas sobre a cannabis são um desafio, já que a planta é ilegal na maioria dos países. Amostras da droga para fins científicos são difíceis de obter, a não ser se forem concedidas sob a autorização de governos nacionais. A cannabis disponível para pesquisas científicas nos Estados Unidos é cultivada na Universidade do Mississippi e controlada exclusivamente pelo National Institute on Drug Abuse (NIDA), que tem poder de veto sobre a Food and Drug Administration (FDA) para definir protocolos permitidos. Desde 1942, quando a cannabis foi removida da United States Pharmacopeia e foi proibida de ser utilizada para fins médicos, não houve financiamentos privados para projetos de produção de cannabis legalizada (sob lei federal). Isso resultou em uma quantidade limitada de pesquisas que podem ser feitas e, possivelmente, em cannabis produzida pelo NIDA, que foi acusada de ser de muito baixa potência e de qualidade inferior.224 A Multidisciplinary Association for Psychedelic Studies (MAPS), em conjunto com o professor Lyle Craker, PhD, diretor do Programa de Plantas Medicinais da Universidade de Massachusetts em Amherst, tentou oferecer cannabis cultivada de forma independente e de qualidade mais apropriada para estudos aprovados pelo FDA, mas encontrou resistência do NIDA, do Office of National Drug Control Policy (ONDCP) e da Drug Enforcement Administration (DEA), do governo dos Estados Unidos. |
Impacto culturalA subcultura canábica é uma das subculturas relacionadas a drogas mais predominantes e tem sido responsável por produções literárias, musicais e pelo surgimento do gênero cinematográfico conhecido como stoner films, que tem sido aceito como um movimento parte do cinema mainstream A cultura da cannabis também gerou suas próprias celebridades (como Cheech & Chong e Terence McKenna) e revistas (como a Cannabis Culturee a High Times), além de seu próprio feriado em 20 de abril, que se transformou em um dia de eventos pela legalização da erva e que se tornou relacionado ao famoso termo "4/20" (20 de abril em inglês), que tem uma presença notável dentro desta subcultura. Para os membros do movimento rastafári, fumar cannabis é um ato espiritual, muitas vezes acompanhado pelo estudo da Bíblia, pois eles a consideram um sacramento que limpa o corpo e a mente, cura a alma, exalta a consciência, facilita a tranquilidade, traz prazer e leva-os mais perto de Jah (forma abreviada do nome Jeová). Eles costumam queimar a erva quando existe a necessidade de uma visão de Jah. A cannabis continua sendo ilegal na Jamaica (país onde surgiu o movimento) e em grande parte do mundo, o que causa forte atrito entre os "rastas" e as sociedades modernas. Por volta do século VIII, a cannabis foi introduzida por comerciantes árabes na África Central e Austral, onde é conhecida como "dagga" e muitos rastas dizem que o uso da planta é uma parte de sua cultura africana que eles estão reivindicando Às vezes, a planta também é referida como "a cura da nação", uma frase adaptada do versículo 2, do capítulo 22 do livro do Apocalipse. De acordo com muitos rastas, a ilegalidade da cannabis em muitos países é uma evidência de que a perseguição ao movimento é uma realidade. Eles também não se dizem surpresos pelo fato de a erva ser ilegal, já que a consideram-na uma poderosa substância que abre a mente das pessoas para a verdade ? algo que o "sistema babilônico" claramente não quer que aconteça. Os integrantes do movimento rastafári contrastam a cannabis com o álcool e outras drogas que eles consideram que destroem a mente. |